segunda-feira, 4 de julho de 2011

Escolhas

João era um cara simples e educado, mas o que o tirava do sério era a opção:

- O que o senhor gostaria de beber?
- Uma água.
- De copo ou garrafa?
- Garrafa.
- Gelada ou sem gelo?
- Sem gelo.
- Sem gás ou com gás?
- Sem gás.
- Minalba ou Da Fonte?
- Qualquer uma.
- Com limão espremido?
- Mas que diabos!!!! Eu quero só uma água, será possível??? Uma mísera quantidade de água para eu matar a sede! Por favor!!!
- Certo senhor e para comer?
- Um ovo!
- Branco ou galinha caipira?
- Tanto faz...
- Frito ou cozido?
- Frito!
- Gema dura ou gema mole?
- Tanto faz...
- Óleo de soja ou canola?
- Tanto faz...
- Salgado ou senhor vai salgar?
- Ahhhh!!! Cancela o ovo e me traz só a água!!!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sabedoria


Sr. Josevaldo era o síndico do prédio, era um velhinho sabido que sabia muito da vida, principalmente das amarguras da mesma...
Ariovaldo, triste, subiu até o terraço naquela noite...foi demais vê-la nos braços de outro cara. Mas não era qualquer cara, era um pé rapado de um moleque sem eira nem beira, que usava calças largas abaixadas até quase metade da bunda...Vê-los se esfregando no carro, com o ardor bestial dos amantes em fogo era algo que o queimava também, queimava o que restava do seu orgulho. Subiu na escadinha que dava em cima da caixa d'água do prédio, sentou-se numa pequena mureta e começou a chorar, chorou feito criança...ajoelhou-se, amargurado, como que procurando algo ou alguém que o salvasse daquele sofrimento antes de se jogar. Por entre lágrimas, percebeu que havia um pequeno recado na mureta, bem na linha de sua cabeça baixa e lá ele leu: "Lembre-se que sua mulher te deu chifres, não asas!" xxxxxxxxx.
Estancou o choro e um sorriso leve brotou do canto de sua boca e junto com ele a certeza de que seria melhor ser um corno vivo do que um morto. Respirou fundo e desceu, com uma estranha sensação de redenção.
Num cantinho escuro do terraço, sr Josevaldo, esperava que Ariovaldo pegasse o elevador e com um lápis na mão, subiu até a mureta da caixa d'água e marcou mais um x para sua coleção de cornos salvos.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Conto sobre a falta de comentários no Blog

FODA-SE

Deus e o Ócio

Do alto de seu ócio Deus resolve fazer o homem.

Ele pega um pouco de barro, molda e cria uma criatura maravilhosa. Inteligencia infinita, bondade no coração, agilidade inequiparavel e fiel como nem seus anjos poderiam ser.

Ele amassa a criação em uma bola (fica pensando em usar essa criatura, diminuindo-lhe o tamanho, chama-la de "Rato" e deixa-la dominar o mundo nos bastidores).

Após isso senta, pensa um pouco e tenta denovo.

A segunda criatura não sai tão boa, não tem metade da inteligencia ou da agilidade, mas ainda assim é boa e extremamente fiel.

A criatura volta ser uma bola de barro.

Na terceira tentativa Deus pensa um pouco. Molda a criatura da maneira que moldou as primeiras, só que dessa vez tira o rabo. Coloca um polegar opositor e só um pouquinho daquela inteligencia toda. De resto deixa tudo bem maleavel, a criatura pode ser fiel ou não, ser agil ou não e ser bondosa ou não.

Deus olha para a criatura, pensa bem e diz:

- Pode não ser perfeita, mas que vai ser divertido ve-la andando pela Terra, vai.

E assim também criou um plano B, para poder destruir as criaturas se elas dessem trabalho.

Chamou esse plano B de vírus.

Deus e a solidão

Do alto de sua solidão, e na necessidade de conversar com alguém Deus resolve fazer o homem.

Mas por que o homem? Por que nada melhor do que um homem para conversar.
Pega o barro, aquece-o entre as mãos....assim como se fosse algo muito precioso. Em sua boca, um sorriso de canto, evidenciando uma certa traquinagem...coisa de criança. Vai moldando braços, pernas, cabeça, tudo com um carinho intenso. Carinho que só o mais puro amor pode transmitir.

Enquanto trabalhava, Deus pensava nos assuntos que poderia conversar, sobre as coisas que ele poderia ensinar, que poderiam bolar juntos alguma coisa de homem, talvez algum jogo onde vários homens pudessem disputar alguma coisa, com uma bola num campo demarcado. Estava feliz, ansioso por sua criação poder-lhe proporcionar algo que não fazia desde a eternidade: Conversar.
Por fim, deu à sua criação um cérebro e o dom do livre arbítrio, afinal seria chato demais ter alguém que só concordasse com seus argumentos. Soprou seu hálito divino na criatura e ela ganhou vida. Então pegou o homem, que adormecido estava e com todo o cuidado de um pai, coloco-o no Paraíso, embaixo de uma paineira frondosa e perto de um riacho. Tudo bem feito e gostoso.

Então o homem acordou. Bocejou e olhou ao redor. Viu Deus, ali perto dele sentado numa pedra. Tinha um sorriso largo e bondoso e Deus não aguentando de felicidade e disse:

- Bom dia meu filho!

E o homem, com uma cara de sono respondeu:

- Ah velho, não enche o saco e me deixa dormir. - Virou para o lado dormiu sem cerimônia e sem vontade nenhuma de conversar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ode a quem não pode (ou Ode a quem te fode)

De tudo que passa na vida
o que mais passa é o passaralho
que passarinho metido
pulando de galho em galho

Um passaro intrometido
que se mete onde não é chamado
Não passa despercebido
e deixa tudo em frangalhos

Um passarinho muito ativo
Que gosta de um desavisado
Que pega que está caido
E joga ainda mais pra baixo

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Forte!

E em meio a um falso choro de uma falsa pretenção, ela disse:

 - Não fique triste, você vai superar nossa separação. Adeus.


  Saiu andando e enquanto o som de seus passos ecoava no turbilhão da minha cabeça, pensava:


 "Sim, sou forte! Tenho um coração de pedra e uma alma de ferro...Mas a única coisa que não consigo esquecer é que: pedra se quebra e ferro enverga"